Matéria Especial
Voando para salvar
Publicação: Revista Emergência, dez/2007
Fisiologia
Algumas alterações podem ocorrer na fisiologia humana em função do ambiente aéreo. Tendo em vista que a pessoa transportada está ou sofreu alguma patologia, os cuidados devem ser redobrados. Patrocínio cita algumas alterações causadas pelo vôo. “A própria vibração, alteração de pressão atmosférica em relação à altitude, temperatura e hipóxia, que é o baixo teor de oxigênio”, enumera. A hipóxia é a conseqüência mais importante a ser observada pela equipe e, segundo ele, a prevenção, identificação e correção imediata dessas conseqüências são fundamentais para o sucesso da missão. Rodrigues lembra que se considerarmos que um paciente a ser transportado já apresenta alterações clínicas, devendo se encontrar pelo menos estabilizado, é possível compreender as dificuldades que se somam com as questões da altitude. Bueno frisa que no transporte de pacientes críticos, como vítimas de trauma grave, por exemplo, deve-se cuidar com as inúmeras facetas clínicas e de evolução dessas doenças.
O médico e major da Aeronáutica, Cloer Vescia Alves, cita fatores como aerodilatação, aerocinetose, ruídos, vibração e gases e vapores tóxicos. “Ainda que a cabine seja pressurizada, o paciente sentirá os efeitos dessa pressão, como a hipóxia, e a aerodilatação, que é a pressão barométrica que implica em modificações do ar contido nas diversas cavidades corporais”, explica. “Cabe ao médico de bordo conhecer aspectos inerentes à Medicina Aeroespacial e saber o que fazer para prevenir tais situações ao paciente”, enfatiza. Além disso, Alves aponta que o posicionamento da maca em relação à aeronave pode influenciar na condição de transporte do paciente, sendo necessário interagir com a tripulação. “Ha que se considerar a performance de decolagem dependendo da pista em uso e, no pouso, a aplicação máxima de reversores e frenagem. Tais características poderão influenciar na condição de algumas patologias como o aneurisma cerebral, a partir de acelerações intensas que podem ser provocadas”, esclarece. |
